Através do requerimento apresentado pela vereadora professora Carmelita, a Câmara de Vereadores de Ilhéus discutiu a “Encruzilhada de Direitos: gênero, raça e enfrentamento à violência contra mulheres negras na Bahia”, com a presença de diversos representantes da sociedade civil organizada e membros da comunidade negra.
No início da Sessão Especial da tarde da última terça-feira (27), a vereadora Carmelita expôs aos participantes da sessão dados e números sobre a violência contra a mulher.
Entre os convidados, a Socióloga Elis, professora da UESC, comentou sobre a violência institucional, não assumida, mas praticada, segundo ela “temos que discutir nossas diferenças, garantindo direitos iguais às mulheres e às mulheres negras”. Já a professora Rita de Souza, Presidente do Movimento negro disse que muito do que vemos hoje ainda é fruto da ideologia da escravidão e da cultura patriarcal onde o que o homem diz é lei. Segundo a professora Rita, “é preciso educar os homens para respeitar as mulheres”.
Dona Zezé, presidente do Clube da Melhor Idade, solicitou a criação de políticas públicas que tomem conta e resolva o problema. Por sua vez o Major Adriano, comentou sobre a falta de respeito até mesmo com policiais femininas.
Enilda Mendonça, presidente da APPI e Paula Regina Presidente do Conselho Municipal da Mulher comentaram sobre o mercado de trabalho. Paula falou da ausência de políticas que protejam a mulher negra, da baixa representatividade política e do ceticismo quando se fala da discriminação a estas. Enilda comentou o fato de que 86% dos professores da rede são mulheres mas que recebem salários ainda muito baixos. Segundo ela a discriminação salarial também advém também do fato de esta profissão ser formada basicamente por pessoas de casses mais baixas.
A vereadora professora Carmelita anunciou ser esta sessão a primeira de uma série de atividades que irão combater a violência contra a mulher negra. Entre as próximas atividades está previsto um seminário ainda este ano sobre o tema “Violência contra a mulher negra”.
Outro ponto importante da sessão é que a partir dela, a população de deficientes auditivos pode acompanhar em tempo real a tradução em libras da sessão. Desde a tarde de terça-feira, a Câmara de Ilhéus saiu à frente em seu trabalho de inclusão social.